Sobre Gestão de Pessoas
“Staff only”
Diversos nomes já circularam em
empresas, e já tiveram um nome, o seu nome em uma placa de alguma porta ou
guichê, em pequenas, médias e grandes empresas. Mas as portas costumam estar
fechadas com um aviso: “Entrada restrita, dirija-se ao guichê ao lado”; ou “Uso
restrito aos funcionários do setor”, ou ainda “Somente pessoas autorizadas” – “Staff only”. Restando então dirigir-se ao
guichê, que muitas vezes não dá para ver por dentro, perceber e entender o que
acontece lá dentro, que arquivos estão sendo acessados. Quais estratégias
possam estar sendo manipuladas.
De Departamento Pessoal, ou
simplesmente DP, a Recursos Humanos, ou simplesmente RH, ou então GRH,
designando uma gerencia ou uma gestão. A arte do novo, a arte do povo, em
reduzir palavras, para não prejudicar e/ou influenciar, pensamentos, opiniões, e
decisões, evitando elucubrações que possam gerar desinformações, conceitos e
preconceitos. A gestão popular do diminutivo, da abreviação, a velocidade da
informação, a necessidade do pratico, o simples e reduzido que se torna prático
e objetivo, uma komunicologia aplicada.
Também se reduz a siglas, ou cria-se
diminutivos, para não exaltar o ato. Tal como: o ato de tomar um cafezinho, para
fumar um cigarrinho no meio do expediente, são só cinco minutinhos; ou tomar uma
cervejinha, no final do expediente, só para dar uma relaxadinha e respirar um
arzinho nas ruas. A melhor opção para um chopinho, é um barzinho, com
especialidades em comidinhas, salgadinhos e petisquinhos. Um churrasquinho ou
um espetinho, sentado em um banquinho na rua, junto a uma carrocinha, é a opção
de quem tem alguns trocadinhos. Uma porçãozinha pequenininha e descansar um
pouquinho, não faz mal e não atrapalha o expediente. E para descansar do trampo
ou da luta, tem o FDS. A rotina do trabalho: S T Q Q S S D, de 01/01 a 31/12,
de 00:00h a 24:00h. Tudo simples e explicadinho.
E DP ou RH, são só duas
letrinhas que não vão incomodar, não vão amedrontar, duas letrinhas que servem
para ajudar, letrinhas fáceis de lembrar, sem a necessidade de
departa(mentalizar), sem exigir recursos, disto ou daquilo, daqui ou de lá. Uma
injeçãozinha não dói; um chazinho não faz mal a ninguém. E o RH vem para fortalecer,
para treinar e para capacitar; para otimizar as empresas, as tarefas, as
pessoas e as mentes. E de repente veio para mostrar resultados. Criar rotinas
empresariais: agrícolas, industriais e comerciais. Laborais e laboratoriais; o
ambiente de trabalho como um laboratório. A carrocinha de churrasquinhos e espetinhos,
agora atualizada e capacitada, torna-se um food truck.
Do DP ao RH. A arte de
gerenciar pessoas, de administrar, e de controlar. A arte de dominar pessoas,
para atingir um objetivo, e normalmente o objetivo maior é o lucro, mascarado
pela qualidade e pela produtividade, associado a uma competitividade. Com
recursos da mais valia. O argumento da satisfação do funcionário para formar um
bom produto e satisfazer o cliente. O argumento da satisfação do cliente,
embutindo todos os custos, no custo final do produto. Com prazos esticados,
prestações e juros bem baixinhos e pequenininhos. Os dois vistos como os
melhores clientes, funcionários e clientes: alvos do marketing e do
endomarketing.
O processo de dominação com
uma construção ao longo do tempo. Estes remontam aos antigos períodos
históricos. Das ideias de Sun Tsu (A.C.) a Maquiavel (1469-1527), sempre
atualizados. Estratégias de batalhas e guerras tornam-se estratégias
administrativas e comerciais. Os jesuítas catequistas, que aqui desembarcaram, a
partir de 1500, já tinham um conhecimento, de povos orientais e ocidentais.
Conhecimentos adquiridos em missões e viagens. Chegaram com ferramentas e argumentos
para catequisar, o caminho da salvação pessoal. E se o Papa atual diz que não
há fogo no inferno, dá a entender que eram estratégias para provocar medos e dominar.
As evoluções ao longo dos
tempos. E os conhecimentos chegam na Revolução Industrial, estabelecendo outros
modismos: Fayolismo e Taylorismo, Fordismo e Toyotismo, os conhecimentos estudados
e criados nas linhas de produções. Linhas de produções que fabricaram produtos
e funcionários em série. O funcionário como uma peça de uma máquina. O ambiente
de trabalho como um laboratório, lembram campos de concentração. A concentração
no trabalho torna-se primordial, essencial.
Agora na Era da informação,
com patentes e produções intelectuais, criam ideias e formulas em série, regras
e padrões de comportamentos e pensamentos. O conhecimento ao comando dos
cocheiros (coach), os que dizem ter a informação, conhecer os caminhos e os
riscos dos atalhos. Armados para imprevistos no deslocamento da carruagem. E a
gestão do conhecimento. O conhecimento apropriado, de mentes terceirizadas. O
conhecimento de se apropriar de mentes. Três elementos fundamentais, na
administração e no deslocamento, o cocheiro, os cavalos e a carruagem, a
carroça. Dois seres viventes, um racional e outro irracional, juntos traçam os
destinos de uma carroça, o modulo material sem destino e sem desejos, apenas um
espaço para colocar ideias ou mercadorias.
O mundo vive de propriedades,
desde os moveis e os imóveis, passando pelos automóveis. Construiu poderes com
propriedades agrícolas, comerciais e industriais. Agora tenta um poder implantando
e consumindo; consumindo e conquistando propriedades intelectuais,
apropriando-se de conhecimentos e ideias. O intelecto coletivo e individual.
Estratégias denominadas como
de gestão, e de qualidade. Uma gestão de recursos, a força de um trabalho
braçal, ou intelectual como algo à disposição, de gestores e empreendedores.
Algo que se possa dosar, de acordo com as receitas empresariais. Com uma ideia,
acrescenta-se um punhado de pessoas, mais um punhado de equipamentos, e
adiciona-se uma pitada de capital financeiro, à gosto. Regras, comportamentos e
critérios finalizam a receita. Dependendo dos equilíbrios das porções o resultado
final pode agradar a uns e desagradar a outros. Fato comum na gastronomia,
alguns estão habituados a novos ou antigos sabores, ou não.
Uns tem restrições a alguns
ingredientes, e outros não. Opções diet e light, com calorias ou sem calorias. Há
os que não abandonam um arroz com feijão, há os que só tem arroz e feijão; e
outros só tem rapadura e farinha. Clientes ou pacientes seguem uma dieta
recomendada. Funcionários e colaboradores seguem padrões e procedimentos. O
objetivo é o melhor resultado e o melhor produto. Ganham os laboratórios e as farmácias.
O atual RH cobre várias
etapas. Lembram batalhões e pelotões em uma guerra, com seu elemento básico e fundamental,
os soldados. Alistamento e armamento, mais o beneficiamento e o aperfeiçoamento.
Da etapa de recrutamento, passando pelo processo de seleção, e chegando ao
treinamento de pessoas. O modo elitizado, um modo atualizado de escolher e
descartar pessoas, com critérios não muito bem esclarecidos. Critérios
guardados a sete chaves. Apenas declarados como científicos e estudados, como
normas e critérios de uma empresa. Normas ou critérios que uma empresa deve ter,
de acordo com seus objetivos e estatutos. Normas e critérios que não conseguem
escapar do critério pessoal. Um departamento pessoal é controlado por uma
pessoa, que querendo ou não, coloca seus desejos e anseios, implícitos e
explícitos em seus trabalhos. O que agrada, e o que não agrada a um
comportamento pessoal ou empresarial. Com os direitos do trabalhador preservados,
o direito de ficar calado.
O número cinco tem algo de
arquétipo, para o uso das mãos, uma regra anatômica para não esquecer algo. Um punhado
de coisas, etapas ou tarefas. E o processo de seleção pode ser entendido como sendo
de cinco passos, cinco etapas. A partir da disponibilidade da vaga (1º passo),
estabelecendo um perfil desejado. Seguindo o recrutamento (2º passo), com
anúncios atrativos, a escolha de uma mídia, que atinja o perfil do candidato ao
cargo. Seleção (3º passo), o momento de peneirar entre os recrutados,
diminuindo o processo seletivo. Dando continuidade a gestão do processo
seletivo (4º passo), a busca da melhor escolha, entre os pré-selecionados. Finalizando
a o processo de seleção (5º passo), chega a fase de treinamento e integração. E
novos passos podem ser pautados, com outros dedos e outras mãos.
Mudaram os anos, mudaram os
termos gerenciados. Voltando ao passado e olhando o presente. O recrutamento
substituiu a caça de escravos, agora com iscas e armadilhas em classificados. A
seleção continua sendo uma seleção, um processo seletivo, uma escolha entre os
recrutados ou capturados. A capacitação e o treinamento não passam de
aparelhamentos e lapidações para que o funcionário escolhido e contratado, funcione
nas maquinas administrativas ou produtivas das empresas. E assim se procedia
com os escravizados, hoje são remunerados, com regras pré-estabelecidas e acordadas,
em um contrato social.
A evolução dos termos
técnicos. A ideia de que as pessoas são recursos; tais como recursos hídricos;
recursos vegetais e recursos minerais. Recursos e forças, físicas ou
intelectuais que foram apropriadas pelo detentor do capital. Tal como recursos
financeiros ou econômicos que podem ser explorados, esgotados, se assim for
necessário e fundamental para uma empresa, ou um empreendimento. O homem visto
como um recurso ergonômico, um recurso da natureza, um recurso disponibilizado,
podendo ser explorado, até que as reservas humanas físicas ou intelectuais se
esgotem, com a massa humana disposta a entrar no mercado de trabalho. Os
cadastros reservas, e os não contratados. E o conhecimento disponibilizado, com
aprendizados, especializações e capacitação e a opção de as capacidades
intelectuais não serem esgotadas, serem sempre renováveis.
No início da história do
Brasil as indústrias algodoeiras e açucareiras contaram com recursos
escravistas, já que os recursos indígenas escravizáveis ficaram inviáveis, pelo
alto custo de se embrenhar nas matas; capturar e domar, domesticar; e
transportar até as fazendas e engenhos. Era necessário impor ao índio algo que
não fazia parte da sua cultura, uma agricultura intensiva e extensiva, produtiva
e exaustiva. Destinada para outros que não estavam presentes. Estavam longe e
ausentes, praticando o capitalismo.
Negros escravos capturados, tornou-se
uma opção mais rentável, já que estavam capturados e presos, e não conheciam
bem o território em que se encontravam. Tornando sua fuga arriscada. E eram comercializados, vendidos, trocados ou
comprados como peças ou mercadorias. O capitalista digerindo uma força gerada
por outros humanos. Consumindo as forças de humanos, que consumiam pouco ou
quase nenhum alimento. Enquanto não trabalhavam podiam ser estocados, como
peças de troca ou substituição.
O mundo evoluiu e ganhou novos
nomes, nomes mais pomposos e garbosos, chegando a uma gestão de recursos
humanos, o RH. Com sociologia e psicologia os comportamentos foram observados,
e analisados, criando-se padrões de comportamentos empresariais, como a empresa
deseja que o funcionário ou colaborador, se comporte de modo a gerar mais
lucro, com o uso da mais valia se for necessário. O funcionário com nome de
colaborador fazendo parte de uma máquina de produção. Uma peça pronta para uma
reposição, caso não funcione de acordo com as engrenagens lubrificadas e pré-estabelecidas,
com normas e regras padronizadas.
Novas estratégias de dominação
foram criadas. O uniforme que deve estar limpo e asseado, impecável, já que é a
imagem das empresas. A representação da empresa no vestuário do funcionário, o
corpo do colaborador como mídia empresarial. Com o argumento de ser um uniforme,
preservando o desgaste das roupas pessoais. O argumento oculto de cobrar do
funcionário a preservação da imagem empresarial. O EPI, oculto como argumento
de segurança individual, em contrapartida não há um equipamento de proteção coletiva.
Uniformes e EPIs, a corrente que prende os funcionários ao patrão.
Outros recursos humanos, os
humanos que consomem os produtos das empresas. Empresas que não determinam
espaços exclusivos para seus clientes andarem a pé dentro de suas instalações. Usam
e abusam de seus clientes. Empresas não respeitam seus clientes em
estacionamentos. Oferecem vagas cobertas, mas não oferecem um caminho coberto e
seguro para quem cruza um estacionamento a pé. Na existência de um caminho
seguro, não há uma fiscalização para que este caminho seja livre e preservado.
Os recursos humanos de estados
e prefeituras. As instituições públicas vivem da arrecadação de impostos. Os
cidadãos, os munícipes são o RH que sustentam o governo. As calçadas são como
um equipamento coletivo de segurança. Prefeituras não contribuem para a
conservação de semáforos e calçadas. Abrigos de ônibus, protegem os munícipes
nas paradas, ao aguardar a chegada do transporte coletivo.
Transferem uma
responsabilidade. Já que motoristas e fiscalizadores cobram de um pedestre que
que atravesse em vias mal sinalizadas. A atenção exagerada com quem possui um
automóvel, excluído aqueles que não possuem um deslocamento motorizado. Enquanto
os motoristas arcam com seus EPIs motorizados, usam seus veículos para
deslocamentos e proteções. No transito a jurisprudência do errado, e a
possibilidade de um latrocínio. O roubo de um espaço ocupado pelo pedestre, com
a possibilidade de um atropelamento causando uma morte.
13/07/15
PDF 421
Roberto Cardoso
Roberto Cardoso (Maracajá)
Desenvolvedor de Komunikologia
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Escritor: CMEC/FUNCARTE. Natal/RN
IHGRN- INRG
Sobre
Gestão de Pessoas
RN,
12/07/15
PDF 421
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