segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sobre Gestão de Pessoas


 
 
 
Sobre Gestão de Pessoas
 
Staff only”

 RN, 12/07/15
PDF 421
 
 
Diversos nomes já circularam em empresas, e já tiveram um nome, o seu nome em uma placa de alguma porta ou guichê, em pequenas, médias e grandes empresas. Mas as portas costumam estar fechadas com um aviso: “Entrada restrita, dirija-se ao guichê ao lado”; ou “Uso restrito aos funcionários do setor”, ou ainda “Somente pessoas autorizadas” – “Staff only”. Restando então dirigir-se ao guichê, que muitas vezes não dá para ver por dentro, perceber e entender o que acontece lá dentro, que arquivos estão sendo acessados. Quais estratégias possam estar sendo manipuladas.

De Departamento Pessoal, ou simplesmente DP, a Recursos Humanos, ou simplesmente RH, ou então GRH, designando uma gerencia ou uma gestão. A arte do novo, a arte do povo, em reduzir palavras, para não prejudicar e/ou influenciar, pensamentos, opiniões, e decisões, evitando elucubrações que possam gerar desinformações, conceitos e preconceitos. A gestão popular do diminutivo, da abreviação, a velocidade da informação, a necessidade do pratico, o simples e reduzido que se torna prático e objetivo, uma komunicologia aplicada.

Também se reduz a siglas, ou cria-se diminutivos, para não exaltar o ato. Tal como: o ato de tomar um cafezinho, para fumar um cigarrinho no meio do expediente, são só cinco minutinhos; ou tomar uma cervejinha, no final do expediente, só para dar uma relaxadinha e respirar um arzinho nas ruas. A melhor opção para um chopinho, é um barzinho, com especialidades em comidinhas, salgadinhos e petisquinhos. Um churrasquinho ou um espetinho, sentado em um banquinho na rua, junto a uma carrocinha, é a opção de quem tem alguns trocadinhos. Uma porçãozinha pequenininha e descansar um pouquinho, não faz mal e não atrapalha o expediente. E para descansar do trampo ou da luta, tem o FDS. A rotina do trabalho: S T Q Q S S D, de 01/01 a 31/12, de 00:00h a 24:00h. Tudo simples e explicadinho.

E DP ou RH, são só duas letrinhas que não vão incomodar, não vão amedrontar, duas letrinhas que servem para ajudar, letrinhas fáceis de lembrar, sem a necessidade de departa(mentalizar), sem exigir recursos, disto ou daquilo, daqui ou de lá. Uma injeçãozinha não dói; um chazinho não faz mal a ninguém. E o RH vem para fortalecer, para treinar e para capacitar; para otimizar as empresas, as tarefas, as pessoas e as mentes. E de repente veio para mostrar resultados. Criar rotinas empresariais: agrícolas, industriais e comerciais. Laborais e laboratoriais; o ambiente de trabalho como um laboratório. A carrocinha de churrasquinhos e espetinhos, agora atualizada e capacitada, torna-se um food truck.

Do DP ao RH. A arte de gerenciar pessoas, de administrar, e de controlar. A arte de dominar pessoas, para atingir um objetivo, e normalmente o objetivo maior é o lucro, mascarado pela qualidade e pela produtividade, associado a uma competitividade. Com recursos da mais valia. O argumento da satisfação do funcionário para formar um bom produto e satisfazer o cliente. O argumento da satisfação do cliente, embutindo todos os custos, no custo final do produto. Com prazos esticados, prestações e juros bem baixinhos e pequenininhos. Os dois vistos como os melhores clientes, funcionários e clientes: alvos do marketing e do endomarketing.

O processo de dominação com uma construção ao longo do tempo. Estes remontam aos antigos períodos históricos. Das ideias de Sun Tsu (A.C.) a Maquiavel (1469-1527), sempre atualizados. Estratégias de batalhas e guerras tornam-se estratégias administrativas e comerciais. Os jesuítas catequistas, que aqui desembarcaram, a partir de 1500, já tinham um conhecimento, de povos orientais e ocidentais. Conhecimentos adquiridos em missões e viagens. Chegaram com ferramentas e argumentos para catequisar, o caminho da salvação pessoal. E se o Papa atual diz que não há fogo no inferno, dá a entender que eram estratégias para provocar medos e dominar.

As evoluções ao longo dos tempos. E os conhecimentos chegam na Revolução Industrial, estabelecendo outros modismos: Fayolismo e Taylorismo, Fordismo e Toyotismo, os conhecimentos estudados e criados nas linhas de produções. Linhas de produções que fabricaram produtos e funcionários em série. O funcionário como uma peça de uma máquina. O ambiente de trabalho como um laboratório, lembram campos de concentração. A concentração no trabalho torna-se primordial, essencial.

Agora na Era da informação, com patentes e produções intelectuais, criam ideias e formulas em série, regras e padrões de comportamentos e pensamentos. O conhecimento ao comando dos cocheiros (coach), os que dizem ter a informação, conhecer os caminhos e os riscos dos atalhos. Armados para imprevistos no deslocamento da carruagem. E a gestão do conhecimento. O conhecimento apropriado, de mentes terceirizadas. O conhecimento de se apropriar de mentes. Três elementos fundamentais, na administração e no deslocamento, o cocheiro, os cavalos e a carruagem, a carroça. Dois seres viventes, um racional e outro irracional, juntos traçam os destinos de uma carroça, o modulo material sem destino e sem desejos, apenas um espaço para colocar ideias ou mercadorias.

O mundo vive de propriedades, desde os moveis e os imóveis, passando pelos automóveis. Construiu poderes com propriedades agrícolas, comerciais e industriais. Agora tenta um poder implantando e consumindo; consumindo e conquistando propriedades intelectuais, apropriando-se de conhecimentos e ideias. O intelecto coletivo e individual.

Estratégias denominadas como de gestão, e de qualidade. Uma gestão de recursos, a força de um trabalho braçal, ou intelectual como algo à disposição, de gestores e empreendedores. Algo que se possa dosar, de acordo com as receitas empresariais. Com uma ideia, acrescenta-se um punhado de pessoas, mais um punhado de equipamentos, e adiciona-se uma pitada de capital financeiro, à gosto. Regras, comportamentos e critérios finalizam a receita. Dependendo dos equilíbrios das porções o resultado final pode agradar a uns e desagradar a outros. Fato comum na gastronomia, alguns estão habituados a novos ou antigos sabores, ou não.

Uns tem restrições a alguns ingredientes, e outros não. Opções diet e light, com calorias ou sem calorias. Há os que não abandonam um arroz com feijão, há os que só tem arroz e feijão; e outros só tem rapadura e farinha. Clientes ou pacientes seguem uma dieta recomendada. Funcionários e colaboradores seguem padrões e procedimentos. O objetivo é o melhor resultado e o melhor produto. Ganham os laboratórios e as farmácias.

O atual RH cobre várias etapas. Lembram batalhões e pelotões em uma guerra, com seu elemento básico e fundamental, os soldados. Alistamento e armamento, mais o beneficiamento e o aperfeiçoamento. Da etapa de recrutamento, passando pelo processo de seleção, e chegando ao treinamento de pessoas. O modo elitizado, um modo atualizado de escolher e descartar pessoas, com critérios não muito bem esclarecidos. Critérios guardados a sete chaves. Apenas declarados como científicos e estudados, como normas e critérios de uma empresa. Normas ou critérios que uma empresa deve ter, de acordo com seus objetivos e estatutos. Normas e critérios que não conseguem escapar do critério pessoal. Um departamento pessoal é controlado por uma pessoa, que querendo ou não, coloca seus desejos e anseios, implícitos e explícitos em seus trabalhos. O que agrada, e o que não agrada a um comportamento pessoal ou empresarial. Com os direitos do trabalhador preservados, o direito de ficar calado.

O número cinco tem algo de arquétipo, para o uso das mãos, uma regra anatômica para não esquecer algo. Um punhado de coisas, etapas ou tarefas. E o processo de seleção pode ser entendido como sendo de cinco passos, cinco etapas. A partir da disponibilidade da vaga (1º passo), estabelecendo um perfil desejado. Seguindo o recrutamento (2º passo), com anúncios atrativos, a escolha de uma mídia, que atinja o perfil do candidato ao cargo. Seleção (3º passo), o momento de peneirar entre os recrutados, diminuindo o processo seletivo. Dando continuidade a gestão do processo seletivo (4º passo), a busca da melhor escolha, entre os pré-selecionados. Finalizando a o processo de seleção (5º passo), chega a fase de treinamento e integração. E novos passos podem ser pautados, com outros dedos e outras mãos.

Mudaram os anos, mudaram os termos gerenciados. Voltando ao passado e olhando o presente. O recrutamento substituiu a caça de escravos, agora com iscas e armadilhas em classificados. A seleção continua sendo uma seleção, um processo seletivo, uma escolha entre os recrutados ou capturados. A capacitação e o treinamento não passam de aparelhamentos e lapidações para que o funcionário escolhido e contratado, funcione nas maquinas administrativas ou produtivas das empresas. E assim se procedia com os escravizados, hoje são remunerados, com regras pré-estabelecidas e acordadas, em um contrato social.

A evolução dos termos técnicos. A ideia de que as pessoas são recursos; tais como recursos hídricos; recursos vegetais e recursos minerais. Recursos e forças, físicas ou intelectuais que foram apropriadas pelo detentor do capital. Tal como recursos financeiros ou econômicos que podem ser explorados, esgotados, se assim for necessário e fundamental para uma empresa, ou um empreendimento. O homem visto como um recurso ergonômico, um recurso da natureza, um recurso disponibilizado, podendo ser explorado, até que as reservas humanas físicas ou intelectuais se esgotem, com a massa humana disposta a entrar no mercado de trabalho. Os cadastros reservas, e os não contratados. E o conhecimento disponibilizado, com aprendizados, especializações e capacitação e a opção de as capacidades intelectuais não serem esgotadas, serem sempre renováveis.

No início da história do Brasil as indústrias algodoeiras e açucareiras contaram com recursos escravistas, já que os recursos indígenas escravizáveis ficaram inviáveis, pelo alto custo de se embrenhar nas matas; capturar e domar, domesticar; e transportar até as fazendas e engenhos. Era necessário impor ao índio algo que não fazia parte da sua cultura, uma agricultura intensiva e extensiva, produtiva e exaustiva. Destinada para outros que não estavam presentes. Estavam longe e ausentes, praticando o capitalismo.

Negros escravos capturados, tornou-se uma opção mais rentável, já que estavam capturados e presos, e não conheciam bem o território em que se encontravam. Tornando sua fuga arriscada.  E eram comercializados, vendidos, trocados ou comprados como peças ou mercadorias. O capitalista digerindo uma força gerada por outros humanos. Consumindo as forças de humanos, que consumiam pouco ou quase nenhum alimento. Enquanto não trabalhavam podiam ser estocados, como peças de troca ou substituição.

O mundo evoluiu e ganhou novos nomes, nomes mais pomposos e garbosos, chegando a uma gestão de recursos humanos, o RH. Com sociologia e psicologia os comportamentos foram observados, e analisados, criando-se padrões de comportamentos empresariais, como a empresa deseja que o funcionário ou colaborador, se comporte de modo a gerar mais lucro, com o uso da mais valia se for necessário. O funcionário com nome de colaborador fazendo parte de uma máquina de produção. Uma peça pronta para uma reposição, caso não funcione de acordo com as engrenagens lubrificadas e pré-estabelecidas, com normas e regras padronizadas.

Novas estratégias de dominação foram criadas. O uniforme que deve estar limpo e asseado, impecável, já que é a imagem das empresas. A representação da empresa no vestuário do funcionário, o corpo do colaborador como mídia empresarial. Com o argumento de ser um uniforme, preservando o desgaste das roupas pessoais. O argumento oculto de cobrar do funcionário a preservação da imagem empresarial. O EPI, oculto como argumento de segurança individual, em contrapartida não há um equipamento de proteção coletiva. Uniformes e EPIs, a corrente que prende os funcionários ao patrão.

Outros recursos humanos, os humanos que consomem os produtos das empresas. Empresas que não determinam espaços exclusivos para seus clientes andarem a pé dentro de suas instalações. Usam e abusam de seus clientes. Empresas não respeitam seus clientes em estacionamentos. Oferecem vagas cobertas, mas não oferecem um caminho coberto e seguro para quem cruza um estacionamento a pé. Na existência de um caminho seguro, não há uma fiscalização para que este caminho seja livre e preservado.

Os recursos humanos de estados e prefeituras. As instituições públicas vivem da arrecadação de impostos. Os cidadãos, os munícipes são o RH que sustentam o governo. As calçadas são como um equipamento coletivo de segurança. Prefeituras não contribuem para a conservação de semáforos e calçadas. Abrigos de ônibus, protegem os munícipes nas paradas, ao aguardar a chegada do transporte coletivo.

Transferem uma responsabilidade. Já que motoristas e fiscalizadores cobram de um pedestre que que atravesse em vias mal sinalizadas. A atenção exagerada com quem possui um automóvel, excluído aqueles que não possuem um deslocamento motorizado. Enquanto os motoristas arcam com seus EPIs motorizados, usam seus veículos para deslocamentos e proteções. No transito a jurisprudência do errado, e a possibilidade de um latrocínio. O roubo de um espaço ocupado pelo pedestre, com a possibilidade de um atropelamento causando uma morte.
 
13/07/15
 
PDF 421
 
Roberto Cardoso
Roberto Cardoso (Maracajá)
Desenvolvedor de Komunikologia
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Escritor: CMEC/FUNCARTE. Natal/RN
IHGRN- INRG
Sobre Gestão de Pessoas
 Staff only”
RN, 12/07/15
PDF 421
Texto publicado em:
 
 
 
 

 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário