Festa na FLINstones
(Parte 3) - Final
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E na mesma sexta-feira da
semana de finados, depois de uma conferência sobre os deficientes, uma visita à
feira literária, ao cair da tarde. Depois de bem instruído e informado, por
palestrantes escolhidos, os que praticam o respeito e a acessibilidade. A oportunidade
de ver se tudo estaria posto em pratica, pelos administradores do município, no
uso do espaço público. E no vale da Ribeira, a origem da cidade, uma festa na
FLINstones, com coisas e atos da idade da pedra.
No evento matutino, uma
justificativa foi apontada, para as escolas existentes atualmente. Escolas que
foram planejadas e construídas quando não se falava nos temas atualmente
debatidos, temas relacionados aos deficientes. Mas um evento recentemente
idealizado e construído, montado em espaço público. Imagina-se que ideias e
providencias deveriam ser tomadas, e providenciadas. Antes, durante e depois. Antes
do planejamento e durante o acontecimento. Criando informações e conhecimentos
para os próximos eventos.
O espaço é público, com a
possibilidade e o direito de uso de todos, e por todos, até os falecidos. E
falecidos estão ali permanentemente presentes, observando a sociedade de hoje. Djalma
Maranhão, como espaço cultural. Augusto Maranhão, como teatro. E Augusto
Severo, em pose de estátua. Duque de Caxias também está próximo daquele espaço;
Barão do Rio Branco, Câmara Cascudo e outros. Sem contar os jornais tradicionais
da cidade, fundados e criados por antigos e reconhecidos moradores. E a Ribeira
insiste em ser resgatada. Insistem em resgata-la, por poderes culturais,
históricos, públicos e privados.
O espaço público, a céu
aberto, localizado na Ribeira, já não possui uma planta ideal para quem queira
ali circular, há sempre carros, motos e bicicletas circulando pela enorme calçada.
Fica claro, que na tentativa de preservar arvores e jardins, ficaram espaços
estreitos e mínimos para indivíduos, que ali queiram transitar, a pé ou com uma
cadeira de rodas. E na tentativa de cumprir regras básicas de acessibilidades,
com uso do piso táctil, o que era estreito, ficou mais reduzido ainda, tendo em
vista que os deficientes visuais precisam movimentar suas espadas.
Com tendas e barracas armadas,
com estruturas de ferro e aço, os pisos guias foram bloqueados na FLINstones. Rampas
de acesso estavam obstruídas e impedidas de serem usadas. Sem ordenação e
afastamento os “ambulantes fixos”, armaram acampamentos para venda de bebidas variadas.
A enorme quantidade de público presente, intensificavam as impossibilidades e
dificuldades, já existentes.
Carros públicos com objetivo
de fiscalizar o espaço, estavam posicionados ao longo das vias com uma faixa
continua e amarela, indicando não ser permitido estacionar. Fiscalizadores
públicos com uniformes de cor chamativa, deixando claro que trabalham na cidade
noiva do Sol, não possuíam nome de identificação nos uniformes de cor exaltada.
Não era possível reclamar ou contestar. E cobram respeito à sua suposta autoridade. Estavam
ali presentes como simples anônimos, com pose de pintinho amarelinho. Quem sabe
talvez, uma manifestação cultural, remetendo a ideia do Flintstone. Parados com
olhares abismados, aguardando o show começar. Era o dia do ex-ministro cultural
se apresentar.
Inúmeros carros parados junto
ao meio-fio, parecendo que necessitavam ser empurrados, de tão pesados que
estavam. Amarelinhos pálidos assistindo tudo, com ares de quem não tinham nada
a ver com aquilo. Questionados disseram ser algo fora do acontecimento normal, e
compreensível, passível de acontecer e compreender. A estratégia do não se
envolver.
Em outro dia, questionando o
amarelo maior, em um momento fora das telas de TV, sobre a identificação dos
amarelos menores, disse ele que, alguns possuíam identificação e outros não.
Restando agora o filosofar, sobre o entendimento da estratégia, entre o sim e o
não. O trailer de apoio ao turista, permanentemente fechado, durante uma permanência
na FLINstones. No espaço que vem tentando-se resgata-lo como espaço histórico e
cultural, na cidade do Natal.
Um conjunto de falhas
administrativas, urbanas e turísticas. Falhas preventivas e coercitivas, no
show literário com a pretensão de divulgar e promover Natal/RN. Um espaço com
um Deley
cultural, a diferença entre as necessidades culturais do povo, e as
necessidades culturais daqueles que administram os espaços e os eventos.
Em 22/11/15
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
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Festa
na FLINstones (Parte 3)
Texto
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Em 22/11/15
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Plataforma
Lattes
Produção
Cultural
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